Acharei Mot

12-04-2011 08:43

 

PARASHÁ MOT/KEDOSHIM – PORÇÃO SEMANAL DA TORAH

ACHAREI MOT (Depois da Morte) & KEDOSHIM (Santos) Levítico 16:1 a 18:30 & 19:1 a 20:27.

PRIMEIRA PARTE: 
Leitura: Levítico 16:1,2
Êxodo 24:9-18

1.1 Arão, Nadav, Avihu e os setenta anciãos tiveram um contato vívido com o Eterno, juntamente com Moisés. Mas logo em seguida, para receber as tábuas da lei, que como conseqüência seria dada numa experiência ainda mais profunda e grandiosa, o Eterno escolheu o Seu servo Moisés e Josué, o servo de Moisés.

LIÇÃO: As verdadeiras experiências são para aqueles que estão dispostos a servir ao Eterno, posicionando-se como SERVOS de D’us.

1.2 LER: Uma lição sobre Nadav e Avihu. É preciso trazer à existência na nossa vida aquilo que conquistamos na dimensão espiritual, senão nos tornamos infrutíferos. A incapacidade de conciliar a experiência espiritual com a vida prática neste mundo faz uma pessoa passar a vida andando em círculos, sem realizar nada significativo. A experiência espiritual e o conhecimento intelectual das verdades bíblicas, não são suficientes, se não existir uma missão, um propósito definido pelo Eterno. A religião sem ação efetiva, que é fruto da obediência ao Eterno, pode se tornar uma fuga, uma muleta para a alma ou até um hobby.

Atitudes erradas:

1)Buscar o sagrado, mas sem torná-la útil no mundo físico, por não ter a visão do Mashiach, ou seja, tornar este mundo uma morada para o Eterno.
2)Buscar o sagrado, sem fazer um esforço genuíno para consagrar-se.

A conseqüência das atitudes erradas:

1)Atitude meramente mística que busca experiências espirituais como um foco apenas na satisfação pessoal.
2)Acúmulo de conhecimento sem uma direção Divina estimula o orgulho e a intolerância.
3)A falta de consagração numa pessoa que teve experiência com D’us e tem conhecimento bíblico, pode levá-la a morte espiritual. Como resultado disto, a pessoa se transformará num falso profeta, ou num devasso, ou morrerá pela sua iniqüidade.

SEGUNDA PARTE: Vamos seguir o plano do Eterno e exercitar a obediência a Ele através dos nossos atos e atitudes – Ler: Levítico 16:3-11

2.1- Oferecer Sacrifícios: (ter o sangue da expiação)

Aqueles que têm o testemunho do Mashiach Yeshua têm o sangue da expiação resultante do seu sacrifício feito pelo pecado e pelo delito, em suas vidas. Mas precisam oferecer os outros sacrifícios de forma espiritual, através da consagração, da renúncia as coisas que desagradam ao Eterno, do estudo da palavra de D’us, de uma vida imersa em oração, na comunhão constante com o Eterno, na obediência a direção do espírito de D’us, na observância aos preceitos do Eterno e coisas semelhantes a estas.

2.2 – Revestir-se de Vestes de Santificação: (ter uma atitude de consagração e transparecer isto para os outros).

Não só consagrar-se internamente, mas parecer de fato como uma pessoa consagrada, através da manifestação do espírito do Eterno na pessoa, que reflete a luz do Mashiach nela, e também na maneira que ela se veste, fala e age.

2.3 – Obedecer ao calendário estabelecido pelo Eterno, que estabelece uma ordem Divina no curso da nossa vida na terra. O calendário do Eterno sincroniza a dimensão espiritual com a dimensão física, ou seja, o Olam Haba com o Olam Hazé (o Mundo Vindouro, que é o Reino de D’us, com o mundo inferior, o mundo físico, temporal, transitório. Yom Kipur: Ler: Levítico 16:29-32.

Há uma hora para todas as coisas e estes momentos já foram estabelecidos pelo Eterno, então o que nos resta é estarmos no lugar certo, na hora certa com a atitude correta.

Os Sacrifícios: 
O novilho: expiação pelos pecados de Arão e sua casa.
O cabrito: expiação pelos pecados da congregação.
Aspergir o sangue dos sacrifícios por sete vezes, com o dedo indicador, sobre o tampo da arca da aliança. 
O sangue também santifica o Mishcan (Tabernáculo), consagrando todo o lugar.
O cabrito para Azazel representa a retirada da maldição resultante dos pecados cometidos e a saída dos demônios do acampamento, que entraram em razão das “brechas” (pecados).
O sangue foi dado para expiação dos pecados, e há uma proibição Expressa acerca de beber sangue, e isto se aplica não só para o judeu, mas para qualquer pessoa que deseja se aproximar do Eterno (Lev.17:11-16).

TERCEIRA PARTE: As funções do Sumo Sacerdote e dos sacerdotes na perspectiva da B’rit Chadashá. Ler: Hebreus 4:14 e 1 Pedro 2:5.

3.1- ORDEM SACERDOTAL TERRENA: o sumo sacerdote é da tribo de Levi e descendente de Arão. O sacerdote é da tribo de Levi. O sumo sacerdote faz trabalhos sagrados e oferece sacrifícios que servem como expiação para ele e para toda a congregação e os sacerdotes fazem trabalhos sagrados e auxiliam o sumo sacerdote. A nação de Israel também é chamada de nação sacerdotal, já que cada judeu é chamado a ser uma testemunha do Eterno na terra.
3.2 – ORDEM SACERDOTAL ESPIRITUAL. O sumo sacerdote é Yeshua, o Filho de Elohim, e existem sacerdotes espirituais no Reino dos Céus. Através do testemunho de Yeshua é assegurada a permanência de Israel como nação sacerdotal na terra, todos aqueles que observam os mandamentos e têm o testemunho do Mashiach Yeshua (Apocalipse 12:17). E, dentre as nações, há uma chamado e uma seleção de pessoas que serão enxertadas na oliveira e compartilharão da missão de Israel, tornando-se também parte da nação sacerdotal.

O SUMO SACERDOTE:

1)É UM TRANSFORMADOR: Entra na presença do Eterno nos santo dos santos. A manifestação do Eterno é muito intensa e poderosa, e o sumo sacerdote está preparado para ter esta experiência e repassá-la para a congregação. YESHUA cumpre plenamente esta função. 
2)É UM INTERCESSOR: Na presença do Eterno intercede pela congregação e oferece sacrifícios que sirvam de expiação, a fim de que a presença do Eterno permaneça no meio do povo.
3)É UM REPRESENTANTE: Foi constituído representante do Eterno na congregação e representa a congregação na presença do Eterno.

O GRANDE OBJETIVO:

1)Prepara a terra para ser uma morada para o Eterno.

QUARTA PARTE: É impossível ter comunhão duradoura com o Eterno sem uma atitude genuína de santificação. O Eterno é o nosso D’us, Ele é santo, Ele é o nosso santificador e nos chama a sermos santos – Ler: Levítico 19:1,2.

1.ALGUNS PONTOS IMPORTANTES DESTA PARASHÁ:

4.1- Antes de comer um animal que foi caçado, deve-se derramar o seu sangue na terra e cobri-lo com o pó da terra.

4.2 – Não imitar os costumes das nações, ou seja, os padrões do mundo quanto ao certo e o errado, mas ter como referencial a Torah (Lev. 18:3-5).

4.3 – Não se impurificar com perversões sexuais. Este tipo de pecado também impurifica a terra (Lev. 18:6-30). Estes pecados levam a condenação da alma e a terra vomita os que praticam estas coisas.

4.4 – Não ter nada com os demônios (feitiçaria, idolatria) (Lev. 17:7-9).

QUINTA PARTE: Vamos clamar ao Eterno pela Sua ajuda, mas antes daremos dois passos:

1.Pedir perdão pelos nossos pecados involuntários e nossos defeitos.
2.Liberar perdão para pessoas que nos ofenderam.
3.Nos comprometer a andar nos caminhos do Eterno com seriedade, respeitando Seus preceitos e nos corrigindo naquilo que sabemos que está errado.

LER: Sofonias 3:17

 

UMA FRASE PARA PENSAR:

“Boas em medida reduzida e ruins em medida grande: fermento, sal, e hesitação.”

Talmud

UM PENSAMENTO PARA ENTENDER

Questões também fazem parte da verdade.”

UMA HISTÓRIA PARA VIVER:

Essa Parashá fala sobre o futuro: Acharei.  Em hebraico quer dizer “depois”.  O que acontecerá no futuro, depois?

 Aqui está uma história que acabou de acontecer comigo.

Há dois meses fui convidado a participar de uma feira de Telecomunicações em Pequim – China.  Além da feira, eu aproveitaria para visitar algumas fábricas de fornecedores no sul da China. 

Sabendo que ‘nada é por acaso’, entendi que tinha mais algum motivo para eu estar presente nessa época do ano, no outro lado do mundo (quando no Brasil é 10 da noite, em Pequim já é 9 da manhã do dia seguinte…).

Antes mesmo da viagem, tive uma idéia do que poderia ser uma forte razão para essa viagem, além das profissionais que eram óbvias e práticas.

Da última vez que fui para a China há doze anos, o único Beit Chabad da região era em Hong Kong e mesmo assim não tinha uma grande estrutura.  Tive que levar bastante comida do Brasil para toda a minha estadia na China.

Dessa vez entrei em contato com o Rabino do Beit Chabad de Pequim e quando falei que estaria em Pequim naquela data ele falou assim: “não tem outra data melhor em todo o calendário para você estar em Pequim!  Haverá a inauguração do novo Beit Chabad de Pequim e vêm pessoas do mundo inteiro participar da festa que deve durar vários dias justamente nesse período.

Ele ainda comentou que não precisaria me preocupar com comida, pois eu poderia ter café da manhã, almoço e jantar.

Logo depois tive uma outra idéia do motivo ‘extra’ para minha viagem.  Eu pararia em Paris na ida, pois a viagem é muito extensa: 2 vôos de cerca de onze horas.

Duas semanas antes da viagem encontrei no Rio um judeu religioso parisiense que me deu seu e-mail e ficamos em contato para nos encontrarmos em Paris quando eu estivesse lá.  Veja bem, não encontro com judeus religiosos de Paris todos os dias, semanas, anos e até mesmo décadas.  Foi muito providencial.  Pierre estava de ‘lua de mel’ no Rio e nos encontramos justamente no último dia da cerimonia das 7 bençãos para o novo casal.  Durante nosso encontro em Paris ele foi realmente muito gentil e me ajudou a encontrar onde almoçar, rezar e comprar comida para a viagem.

Depois disso, no avião, a terceira e talvez principal idéia para o motivo da viagem.

Cheguei no meu assento e antes mesmo de colocar a mala no bagageiro um passageiro sentado no assento atrás falou comigo em hebraico.  Eu perguntei logo se já tinha colocado Tefilin naquele dia, já que ainda era antes do por do sol.

Ele respondeu que não, e colocaria feliz da vida.

Ele então colocou os Tefilin e se esforçou para falar o Shemá de cor mostrando que tinha conhecimento do assunto e orgulho de saber rezar.

Tenho a impressão que fui para a China somente por causa desse momento mágico.  Estou no avião em Paris junto com um israelense que acabei de conhecer colocando Tefilin e falando o Shemá.

O Sr. Levi é muito gentil e comunicativo.  Ele nasceu em Israel de uma família que vive lá há cinco gerações.  Ele mora atualmente em Paris, mas vive viajando a trabalho para a Russia, China e Coréia já que faz o transporte da Transiberiana.

Ele se mostra bastante emocionado!  Depois que falo que sou brasileiro e conto sobre o meu trabalho, ele diz que é uma grande Providência Divina ter me encontrado.  Ele tem um filho que mora nos EUA e tem um projeto de Telecom que ele recomendou muito que fosse aplicado no Brasil onde tem um grande mercado.  Ele pediria ao seu filho para me ligar.

Perguntei ao Sr. Levi onde passaria o Shabat em Pequim e, quando ele disse que não sabia onde passar, o convidei para o Shabat no Beit Chabad e ele ficou muito feliz, pedindo para eu confirmar o horário de sexta a tarde e que viria também no Sábado e na inauguração no domingo.

Pedi então para um senhor francês que estava ao lado para tirar uma foto minha com o Sr. Levi.

O Sr. francês pergunta então se já nos conheciamos há muito tempo.

O Sr. Levi explicou que acabamos de nos conhecer e que é impressionante como parece que somos irmãos… “essa é a grandeza do nosso povo!”  Ele repete algumas vezes.

Mando então a foto para meus filhos acompanharem minha missão na China… Ah a tecnologia, não paro de me impressionar.  A insustentável leveza do ser, a era Messiânica onde o material se torna espiritual e virtual: a Internet e Telecom.

Antes da porta do avião fechar ainda consigo falar com minha esposa e filha.

Pierre me escreve emocionado e me manda uma mensagem sobre o nosso encontro e o que conversamos… e pensar que o conheci ‘não por acaso’ um mês antes no seu Sheva Brachot improvisado no Rio de Janeiro. Ele também fala sobre a Era Messiânica em nossos tempos com o avanço da tecnologia e a rede de fibras interligando o mundo além dos satélites etc.

O futuro já está presente?

 COM OS MELHORES DESEJOS PARA UMA SEMANA MUITO BOA, SAUDÁVEL E PRÓSPERA, E SHABAT SHALOM!

MASHIACH PARA NOS REDIMIR

A primeira pessoa, Adam, escolheu o nome para si mesmo, explicando que a  letra ‘alef’ de Adam alude a D’us, que é ‘Um’, e ‘Chefe’ (‘aluf’ em Hebraico).  As letras ‘dalet’ e ‘mem’ de Adam formam ‘sangue’ (dam), aludindo ao componente físico do ser humano.

O homem é composto de espiritualidade e materialidade – alma e corpo.  Quando o homem alcança a medida justa dos dois, então se torna realmente um verdadeiro ‘adam’ no seu sentido completo e [e porque o valor numérico de ‘adam’ é igual ao valor numérico da palavra Geulah – Redenção.”

(Rabino Pinchos Winston)