Parasha Vaiera - E Apareci

29-12-2010 07:19

 

VAIERA “APARECI” (ÊXODO 6:2 A 9:35)
 

1º PARTE: Êxodo 6:30 a 7:3 – O chamado tem um glória uma honra especial, mas nos levará inevitavelmente a:

1. Enfrentarmos nossos temores,
2. confrontarmos nossas limitações,
3. Sermos corrigidos e moldados pelo Eterno,
4. Sermos provados através das batalhas travadas com os nossos inimigos espirituais,
5. Superarmos as dificuldade que surgirão no caminho,
6. Enfrentarmos desafios maiores do que nossa capacidade, que só poderão ser vencidos com a ajuda sobrenatural do Eterno,
7. Nos esforçarmos, nos submetermos a D'us, sermos obedientes, sermos ensináveis e não desistirmos!

A) Resultado: Quebrantamento, amadurecimento, humildade, dependência do Eterno, força, transformação pessoal profunda, morrer para nossa antiga maneira de ser e nos tornar mais parecidos com o Mashiach Yeshua, o modelo do homem que verdadeiramente agrada o Eterno.

B) Recompensa: Entre aqueles que herdarão o mundo vindouro, haverá uma diferença em termos de honra e crescimento. Assim como o Mashiach está acima de todos nós, haverão pessoas em posições maiores do que outras e mais honradas diante do Mashiach e do Eterno.

Obs.: Este processo de crescimento nunca termina, e não existe para os servos do Eterno “aposentadoria” no sentido de deixar de servir a D'us. Acerca disto, o próprio Moisés exerceu a sua função até os últimos dias da sua vida e certamente continua o ser serviço no Reino dos Céus.

Importante: Shabat é mais do que descanso, é cessar o trabalho que se relaciona com o mundo físico. Nós voluntariamente cessamos os trabalhos relacionados a nossa vida neste mundo, e nos dedicamos às coisas relacionadas ao mundo vindouro, o Reino dos Céus. Não há um estado de inércia, mas um mudança de foco, ou seja, existem atividades e movimentações que são exercidas no Shabat, porém focadas no Reino dos Céus.

Em um estudo da Sinagoga P'nei Or, sob a cordenação de Saul S. Gefter, fica esclarido o sentido real do Shabat. O texto segue abaixo entre aspas:

“Etimologia - A palavra shabāt tem relação com o o verbo shavāt, que significa "cessar". Apesar de ser quase universalmente como "descanso" ou um "período de descanso", uma tradução mais literal seria "cessão", com a implicação de "cessão do trabalho". Portanto, Shabat é o dia de cessão do trabalho; enquanto que descanso é implícito, mas não é uma denotação da palavra em si. Por exemplo, a palavra em hebraico para "greve" é shevita, que vem da mesma raiz hebraica que Shabat, e tem a mesma implicação, nominalmente que trabalhadores em greve se abstêm ativamente do trabalho, ao invés de passivamente.
Algumas pessoas perguntam por que D’us precisou "descansar" no sétimo dia da Criação de acordo com Gênesis. Se o sentido da palavra é entendido como "cessão do trabalho" ao invés de "descanso", isso é mais consistente com a visão bíblica de um D’us onipotente. Shabat é a fonte para o termo em português Sábado, e para a palavra que denomina esse dia da semana em muitas outras línguas. A palavra "sabático" - se referindo ao ano sabático na Bíblia, ou o ano que uma pessoa tira sem trabalhar, especialmente no mundo acadêmico, também vem desta raiz.
Fonte bíblica - O status especial do Shabat como dia sagrado aparece no Tanach, Torá, Niviim (Os Profetas) e Ketuvim (os escritos sagrados):
“E Deus abençoou o sétimo dia e o santificou porque nele se absteve de todo
o Seu trabalho que Deus havia criado para completar seus feitos.” Gênesis (Êxodo) 2:3
O Shabat é introduzido com a declaração que o trabalho dos céus e da terra foram completos, e que eles permanecem perante nós em seu estado final pretendido de perfeição harmoniosa. Então Deus proclamou Seu Shabat. Essa passagem, que também é utilizada como o primeiro parágrafo do kidush de Shabat, proclama que Deus é o Criador que trouxe o universo à existência em seis dias e descansou no sétimo. A observância de Israel...das leis de Shabat constituem um testemunho devoto a isso. Apesar do status sagrado do dia ser indicado em Gênesis 2:3, nenhuma obrigação surge diretamente desse status. O verdadeiro mandamento para observar o Shabat é mencionado diversas vezes no Tanak todos eles surgem após o Êxodo do Egito. O primeiro mandamento relacionado ao Shabat é o quarto dos Dez Mandamentos (Êxodo 20:8-10 e Deuteronômio 5:12-14). Final do estudo da sinagoga P'nei Or, coordenação Saul S. Gefter”.

Versículo: “Mas Yeshua respondeu: O meu Pai até neste exato momento trabalha e eu também trabalho”

• Yeshua disse isto porque havia curado uma pessoa no sábado e alguns líderes estavam criticando-o por este fato. Na verdade o que Yeshua estava tentando explicar é exatamente o que lemos acima. No shabat cessamos o trabalho secular, do qual tiramos o nosso sustento. Porém isto não significa uma inércia, pois “trabalhamos” naquilo que está relacionado ao Reino dos Céus. Com relação a cura, hoje em dia há um consenso geral que a vida é mais importante do que o mandamento, e assim não só pode haver cura no Shabat, como podemos até fazer uma atividade que não é apropriada para o Shabat, como viajar, se por algum motivo tivermos que levar alguém para um hospital a fim de salvar a sua vida. Mas isto não pode ser usado como argumento para trabalhos seculares, os quais estão claramente proibidos, excetuando-se apenas as funções essenciais para a preservação da vida, como os médicos e outra profissões correlacionadas, e também os policiais e o exército em caso de guerra ou proteção territorial.

2º PARTE: Êxodo 6:2 - 13 – A manifestação de D'us como El Shadai e como o Eterno (yod, hei, vav, hei).

• No livro de Êxodo, capítulo 6, versículo 2, vemos que o Eterno se manifestou a Israel de duas maneiras, que revelam as duas formas que Ele se manifesta nas nossas vidas, dependendo de como estamos agindo e de quais são as nossas necessidades. O Eterno se revelou à princípio a Abraão, Isaque e a Jacó como El Shadai. Mas quando o nosso povo estava sendo escravizado no Egito, Ele se revelou como o Eterno (tetragrama). A revelação de D'us como El Shadai, que significa literalmente “O que amamenta” no sentido de suprir todas as necessidades de uma pessoa e protegê-la, aplica-se as pessoas que estão em obediência e são fiéis ao chamado de D'us, no que se refere a missão que estão cumprindo. Assim, elas recebem proteção, prosperidade, e se tornam vitoriosas através do poder de D'us que opera nelas. Estas pessoas são exaltadas a uma posição de honra, por estarem cumprindo a vontade de D'us, como aconteceu com Abraão, Isaque, Jacó e José por exemplo;
• A revelação de D'us como Eterno aplica-se ao Seu caráter misericordioso, clemente e gracioso, com relação as pessoas que clamam por sua ajuda, por estarem sob opressão, escravidão e sofrimento. Isto aconteceu ao nosso povo quando estava sob o jugo de escravidão do Egito. Neste caso, o Eterno leva a Sua salvação e redenção aos oprimidos, e julga os opressores, trazendo os Seus juízos tanto aos homens como aos demônios.
É importante entender, que após a salvação, o Eterno guia aqueles que foram remidos e salvos, a obediência e ao Seu serviço, dando a eles uma missão e exigindo deles a obediência, a fim de também se revelar aos antigos escravos, como El Shadai, e tranformá-los em homens e mulheres de D'us. Diríamos que somos livres da escravidão e da opressão a fim de servimos e obedecermos ao Eterno, nos tornando seus servos. Diríamos também que aos obedientes, o Eterno concede poder para vencer os seus inimigos, e aos que de alguma maneira perderam o foco no que se refere a Sua vontade, e se encontram oprimidos, mas clamam a Sua ajuda, o Eterno os liberta e os redime dos seus opressores. Em outras palavras, os obedientes inevitavelmente tem inimigos, mas lhe é concedido o poder para vencê-los. Os que de alguma forma estão fora dos propósitos de D'us tem opressores, mas se clamarem e acima de tudo depositarem confiança nas palavras do Eterno, serão libertos e seus opressores vencidos.
• Neste contexto, o nome Yeshua contém duas letras do nome sagrado do Eterno, pois a sua primeira vinda estava relacionada diretamente a salvação, daqueles que estavam escravizados pelas forças malignas. Porém na sua segunda vinda, a fim de tornar Israel vitorioso frente aos seus inimigos, ele tem um nome que ninguém conhece, mas só ele mesmo, e um nome escrito, que se chama “A Palavra de D'us”. Isto ocorrerá na ocasião onde um exército constituído por todas as nações da terra, guiados por um falso messias, chamado de anti messias (anticristo), estiverem no Vale do Megido, posicionados para atacar Israel. Assim o nome “A Palavra de D'us” está relacionado ao motivo principal da segunda vinda do Messias, que é levar Israel a vitória contra os seus inimigos, pois isto ocorre pela manifestação da fidelidade do Eterno com a Sua própria palavra, através da Sua aliança com Abraão, e também com a escolha do Seu Filho Yeshua, como o instrumento de salvação de Israel, das nações e de toda a terra. Nesta mesma ocasião D'us é chamado de El Shadai, ou seja, o Todo Poderoso, pois a Sua manifestação através do Messias (na sua segunda vinda), tem a função de levar Israel, que já estará salvo e livre espiritualmente, a vitória contra os seus inimigos. (ler Apocalipse 19:11-16). Descobrimos também que há um indício na Bíblia de que o Messias terá um novo nome, no final de todas as coisas, quando terminar o tempo do seu governo em Jerusalém física (mil anos), e chegar o momento quando a terra se transformará numa parte do Reino dos Céus, passando a ser chamada: “A Nova Jerusalém”. Acerca disto lemos:

“Ao vencedor farei coluna no templo do meu D'us, e jamais sairão dali. E escreverei neles o nome do meu D'us e o nome da cidade do meu D'us, a nova Jerusalém, que descerá dos céus procedente do meu D'us, e o meu novo nome” (Apocalipse 3:12)

Neste tempo se cumprirá perfeitamente a vontade do Eterno, pois o Messias herdará a terra que pertence ao Eterno (Êxodo 9:29), pois tudo pertence a Ele, tornando-se o Senhor da terra e dos homens pela vontade do seu D'us e Pai, o Eterno, e nós nos tornaremos co-herdeiros de Yeshua, herdando a terra, porém sob a sua autoridade. Em outras palavras, a terra que é do Eterno foi dada aos homens, que em razão da desobediência de Adão e Eva a perderam. Com isto, as forças malignas entraram em cena estabelecendo um governo usurpador e opressor espalhando a malignidade sobre toda a terra. No tempo certo, o Filho do Eterno veio a terra e a resgatou para os homens, pagando com o seu sangue o valor do resgate e vencendo todas as forças malignas. Assim, no final quando vier a existência a plenitude da vitória do Messias sobre a terra, ele irá reinar como o legítimo rei, e através dele e sob o seu governo, a terra voltará a ser do homem. Resumindo, diríamos que a terra é do Eterno (Êxodo 9:29), mas foi dada aos homens (Salmos 115:16), porém o homem a perdeu. O Messias a resgatou (Isaías 49:6), e assim o Eterno estabeleceu o Messias como Senhor, dando-lhe autoridade para governar a terra e os homens. A terra foi então devolvida ao homem, porém sob o senhorio do Messias”.
Quanto ao Eterno, Ele permanece para sempre como o D'us do nosso Senhor Yeshua e o nosso D'us, a fonte de toda a vida e o Único que não foi gerado, mas é o gerador de todos e de todas as coisas.

3º PARTE: Até Êxodo 19:35 – As pragas.

1.O Nilo é golpeado e suas águas virão sangue – O Eterno prevalece e humilha um dos “deuses” (o Nilo) do Egito. O Nilo cheira mal, porque os peixes morrem, e isto aponta para o fato dos espíritos malignos estarem por trás de toda a idolatria dos povos pagãos.
2.Rãs em todas as terras do Egito. Continua o juízo sobre os homens e os “deuses” (demônios) do Egito. Cheirou mal de novo, para mostrar a natureza dos “deuses”, que são espíritos imundos. Não existe ninguém tão poderoso como o Eterno e não há quem possa resistir ao Seu poder.
3.Piolhos: os magos já não conseguem imitar este sinal, pois só o Eterno pode criar algo do nada.
4.Animais ferozes. O Eterno começou a fazer diferença entre Israel e os egípcios, e as pragas não mais atingiam as terras onde estavam o povo de Israel.
5.Peste, pestilência (levou a morte): Sobre o gado, cavalos, asnos, camelos, vacas e rebanhos dos egípcios.
6.Sarna que vira úlcera: Sobre homens e animais do Egito.
7.Chuva de pedras com fogo sobre toda a terra de Israel. Quem depositou confiança na palavra do Eterno, anunciada por Moisés, e temeu ao Eterno, foi livre desta praga, e esta salvação também alcançou os egípcios que temeram ao Eterno.

Um frase importante nesta parashá: “A terra é do Eterno” (Êxodo 9:29), mas foi dada aos homens (Salmos 115:16), porém o homem a perdeu. O Messias a resgatou, e assim o Eterno estabeleceu o Messias como Senhor, dando-lhe autoridade para governar a terra e os homens. A terra foi então devolvida ao homem, porém sob o senhorio do Messias”.